Ficha técnica de: A Sociedade Literária da
Tarte de Casca de Batata
Titulo
original: The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society
Autor:
Mary Ann Shaffer, Annie Barrows
Data da Publicação: 03/2010
Editora: Objectiva
IBSN: 9789896720155
Páginas: 377
PVP (em euros): 18,00
“Uma
história comovente sobre o poder da amizade, dos livros e do amor durante a
ocupação Alemã na ilha britânica de Guernsey na segunda guerra mundial.
Londres,
1946. Depois do
sucesso estrondoso do seu primeiro livro, a jovem escritora Juliet Ashton
procura duas coisas: um assunto para o seu novo livro, e, embora não o admita
abertamente, um homem com quem partilhar a vida e o amor pelos livros. É
com surpresa que um dia Juliet recebe uma carta de um senhor chamado Dawsey
Adams, residente na ilha britânica de Guernsey, a comunicar que tem um
livro que outrora pertenceu a Juliet. Curiosa por natureza, Juliet Ashton
começa a corresponder-?se com vários habitantes da ilha. É assim que descobre
que Guernsey foi ocupada pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial,
e que as pessoas com quem agora se corresponde formavam um clube secreto a
que davam o nome de Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata. Fascinada
pela história da dita Sociedade Literária, e ainda mais pelos seus novos
amigos, Juliet parte para Guernsey. O que encontra na ilha mudará a sua vida
para sempre”
Antes de mais, adoro ler e sempre que tenho oportunidade
de ler algo de novo ou conhecer obras de autores desconhecidos para mim, não hesito
e ataco logo. Sendo assim, logo que vi que este livro estava disponível para
empréstimo no Clube BlogRing inscrevi-me imediatamente, sem tão pouco ler a sua
sinopse apesar de ter ficado bastante curiosa por causa do seu titulo invulgar.
É a primeira vez que leio algo do género, até então
nunca tinha lido um romance epistolar (técnica literária que consiste em
desenvolver a história principalmente através de cartas) e confesso que estava
um pouco renitente no inicio, uma vez que, sou mais adepta de diálogos. Bom,
acabei por ter uma deleitável surpresa e fiquei sinceramente encantada com este
romance, é bastante enternecedor e adorável.
No decorrer da leitura das primeiras páginas, até
sensivelmente há número 40, estava com a ideia que ia ser uma leitura morosa e aborrecida,
no entanto, assim que consegui assimilar o enredo tudo se alterou, desde o
ritmo de leitura à necessidade de querer chegar rapidamente ao final, quando finalmente
esse momento chegou desejei ardentemente que isso não tivesse acontecido.
Mais uma estreia que este
livro me proporcionou foi tema geral do enredo, até então nunca tinha lido algo
que retracta-se a época da Segunda Guerra Mundial (tirando os livros da escola),
mais propriamente, o pós-guerra numa das Ilhas do Canal da Mancha - Guernsey,
como a sua gente sofreu durante 5 anos com a Ocupação Alemã. Conseguimos ter através
desta leitura uma leve referência a todas as privações que aquela comunidade aguentou,
desde a falta de bens essenciais, passando pela fome, pela perda, pela morte,
pela traição e também como conseguiram contrariar esses momentos difíceis
recorrendo ao poder da amizade, da entre-ajuda, da fé, da esperança, do amor e
do sacrifício.
Este livro foi sem dúvida
uma das melhores surpresas que tive este ano. Recomendo vivamente a sua leitura,
pois só o lendo é que se pode ter uma panorama real da sua incrível beleza.
Ficam aqui as minhas frase
preferidas:
Pág. 24
“É isso que amo na leitura: um detalhe num livro
interessa-nos, esse pequeno detalhe leva-nos a outro livro, e um outro detalhe
neste segundo livro leva-nos ao terceiro. É geometricamente progressivo – sem fim
à vista e sem nenhum outra razão que não seja o verdadeiro prazer.”
Pág. 143
“Os oficiais que vieram dar-ma as condolências,
pensado que me confortavam, disseram-me << A vida continua>>. Que
disparate, pensei, é claro que não continua. O que continua é a morte; o Ian
está morto agora, estará morto amanhã, no ano seguinte e para toda a
eternidade. Não há fim para a morte. Mas talvez exista fim para a dor que ela
provoca”