quinta-feira, 21 de junho de 2012

"A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata", Mary Ann Shaffer e Anni Barrows


Ficha técnica de: A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata
Titulo original: The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society
Autor: Mary Ann Shaffer, Annie Barrows
Data da Publicação: 03/2010
Editora: Objectiva
IBSN: 9789896720155
Páginas: 377
PVP (em euros): 18,00


“Uma história comovente sobre o poder da amizade, dos livros e do amor durante a ocupação Alemã na ilha britânica de Guernsey na segunda guerra mundial.
Lon­dres, 1946. Depois do sucesso estron­doso do seu pri­meiro livro, a jovem escri­tora Juliet Ash­ton pro­cura duas coi­sas: um assunto para o seu novo livro, e, embora não o admita aber­ta­mente, um homem com quem par­ti­lhar a vida e o amor pelos livros. É com sur­presa que um dia Juliet recebe uma carta de um senhor cha­mado Daw­sey Adams, resi­dente na ilha bri­tâ­nica de Guern­sey, a comu­ni­car que tem um livro que outrora per­ten­ceu a Juliet. Curi­osa por natu­reza, Juliet Ash­ton começa a corresponder-?se com vários habi­tan­tes da ilha. É assim que des­co­bre que Guern­sey foi ocu­pada pelas tro­pas ale­mãs durante a Segunda Guerra Mun­dial, e que as pes­soas com quem agora se cor­res­ponde for­ma­vam um clube secreto a que davam o nome de Soci­e­dade Lite­rá­ria da Tarte de Casca de Batata. Fas­ci­nada pela his­tó­ria da dita Soci­e­dade Lite­rá­ria, e ainda mais pelos seus novos ami­gos, Juliet parte para Guern­sey. O que encon­tra na ilha mudará a sua vida para sempre”

 
Antes de mais, adoro ler e sempre que tenho oportunidade de ler algo de novo ou conhecer obras de autores desconhecidos para mim, não hesito e ataco logo. Sendo assim, logo que vi que este livro estava disponível para empréstimo no Clube BlogRing inscrevi-me imediatamente, sem tão pouco ler a sua sinopse apesar de ter ficado bastante curiosa por causa do seu titulo invulgar.

É a primeira vez que leio algo do género, até então nunca tinha lido um romance epistolar (técnica literária que consiste em desenvolver a história principalmente através de cartas) e confesso que estava um pouco renitente no inicio, uma vez que, sou mais adepta de diálogos. Bom, acabei por ter uma deleitável surpresa e fiquei sinceramente encantada com este romance, é bastante enternecedor e adorável.

No decorrer da leitura das primeiras páginas, até sensivelmente há número 40, estava com a ideia que ia ser uma leitura morosa e aborrecida, no entanto, assim que consegui assimilar o enredo tudo se alterou, desde o ritmo de leitura à necessidade de querer chegar rapidamente ao final, quando finalmente esse momento chegou desejei ardentemente que isso não tivesse acontecido.

Mais uma estreia que este livro me proporcionou foi tema geral do enredo, até então nunca tinha lido algo que retracta-se a época da Segunda Guerra Mundial (tirando os livros da escola), mais propriamente, o pós-guerra numa das Ilhas do Canal da Mancha - Guernsey, como a sua gente sofreu durante 5 anos com a Ocupação Alemã. Conseguimos ter através desta leitura uma leve referência a todas as privações que aquela comunidade aguentou, desde a falta de bens essenciais, passando pela fome, pela perda, pela morte, pela traição e também como conseguiram contrariar esses momentos difíceis recorrendo ao poder da amizade, da entre-ajuda, da fé, da esperança, do amor e do sacrifício.  
Este livro foi sem dúvida uma das melhores surpresas que tive este ano. Recomendo vivamente a sua leitura, pois só o lendo é que se pode ter uma panorama real da sua incrível beleza.
Ficam aqui as minhas frase preferidas: 
Pág. 24
“É isso que amo na leitura: um detalhe num livro interessa-nos, esse pequeno detalhe leva-nos a outro livro, e um outro detalhe neste segundo livro leva-nos ao terceiro. É geometricamente progressivo – sem fim à vista e sem nenhum outra razão que não seja o verdadeiro prazer.”

Pág. 143
“Os oficiais que vieram dar-ma as condolências, pensado que me confortavam, disseram-me << A vida continua>>. Que disparate, pensei, é claro que não continua. O que continua é a morte; o Ian está morto agora, estará morto amanhã, no ano seguinte e para toda a eternidade. Não há fim para a morte. Mas talvez exista fim para a dor que ela provoca”

Sem comentários:

Enviar um comentário