quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Na Companhia da Cortesã", Sarah Dunant




Ficha técnica de: Na Companhia da Cortesã
Titulo original: In The Company of The Cortesan
Autor: Sarah Dunant
Editora: Chá das Cinco
Data da 1ª Edição: 05/2008

IBSN: 9789898032324
Páginas: 336
PVP (em euros): 20,14


“Um romance soberbo sobre os pecados do prazer e os prazeres do pecado.
Na Companhia da Cortesã é um romance épico sobre a vida na Itália Renascentista. Fugindo ao saque de Roma de 1527, com os estômagos revolvidos por causa das jóias que engoliram, a cortesã Fiammetta e o seu companheiro anão Bucino dirigem-se a Veneza, a esplendorosa cidade nascida do comércio entre o Oriente e o Ocidente: rica e bafienta, piedosa e lucrativa, bela e esquálida. Um misto de coragem e esperteza permite que se infiltrem na sociedade veneziana. Juntos, eles formam a sociedade perfeita: o anão arguto e a sua bonita ama, exercitada desde a nascença para seduzir, divertir e satisfazer os homens. Contudo, à medida que vão ficando mais ricos, esta sociedade perfeita fica ameaçada — devido à paixão de um amante que quer mais do que as noites a que tem direito, e às atenções de um admirador turco à procura de novidades para a corte do seu sultão. No entanto, o maior desafio provém de uma jovem mulher aleijada que se insinua nas suas vidas e corações com consequências devastadoras para todos.”



Este é mais um livro emprestado pela Vanessa do blogue Bloco de Desvaneios e apesar de já ter um outro livro da autora na estante à espera de ser lido,  foi com este que fiz a minha estreia.

Achei o enredo muito interessante e mais ainda quando verifiquei que o narrador é um anão que tem uma relação de criado/amizade com uma cortesã. A acção central baseia-se essencialmente no processo que envolveu a crescimento da notoriedade de uma cortesã que se refugiou em Veneza após ter fugido de Roma devido à guerra. Gostei das descrições dos ambientes da altura e da sociedade, no entanto, considero que o desenrolar da trama é muito lento e muitas das vezes faz perder o interesse pela leitura. 

Sou uma romântica e por isso adoro que um livro que me brinde com um pouco de romance, ora neste livro, só após mais ou menos 290 páginas é que se tem um cheirinho de romance e acabou por se revelar tão levezinho que nem deixou marcas. Bom, nesse aspecto para mim foi uma desilusão já que andei todo o livro à cata de algo que não se concretizou. Para além de o titulo dar a entender que talvez aparecem cenas de cariz mais erótico isso não acontece.

Tenho sempre alguma dificuldade na leitura dos livros desta editora por causa do formato da letra e dos espaçamentos e isso reflecte-se num abrandamento na leitura. Neste caso a escrita da autora acabou por ajudar a avançar mais rapidamente, o que me surpreendeu, já que, ela não tem “papas na língua” e trata tudo pelos nomes, sem grandes jogos de palavras, é uma escrita nua e crua, muito preto no branco.



Gosto bastante de história e sempre que tenho oportunidade de ler um romance histórico que é inspirado de certa forma em factos reais, uma das coisas que normalmente faço, graças ao uso da internet, é pesquisar alguma dessa informação, pelo simples motivo de tentar "dar uma imagem" às palavras que li.  E, a partir da nota da autora no final do livro recolhi a seguinte informação:


 Este é um dos quadros pintados pelo pintor Tiziano Vecellio intitulado como "A Vénus de Urbino"  e diz-se que a modelo poderá ser uma cortesã veneziana. Este quadro serve de inspiração a uma das cenas do livro.
 
Pietro Aretino (1492-1556), escritor, poeta e dramaturgo italiano. Autor de "Diálogo das Prostitutas". Conhecido no seu tempo pelo nome de "secretário do mundo".
Libelista terrível e sem escrúpulos, vendia a pena a quem melhor pagasse. Era amigo de Tiziano, que lhe pintou mais de um retrato, entre os quais este. (fonte Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Pietro_Aretino)

Arentino é também fonte de inspiração para a criação de uma das personagens da obra, e a quem lhe foi dado o mesmo nome.

 Estes são alguns dos desenhos/gravuras do livro "I Modi: Woodblock Edition" (1550) que a autora menciona que contêm os sonetos da autoria de Pietro Arentino.

 (As imagens pertencem ao site http://www.eroti-cart.com e podem ser visualizadas com mais pormenor aqui)


Fragments from the Original 1524 I Modi (Engravings),Marcantonio Raimondi - These nine fragments are currently in the British Museum, and are all that's left of the original I Modi. From left to right: 1. Posture 7 2. Posture...

6 comentários:

  1. Estou a ver que é só coisas marotas! Sinceramente não me têem falado muito bem dele, isto incluindo as fãs do Nascimento de Venus, mas como eu gosto de ter as minhas opiniões estou à espera do o ler para ver afinal de que lado fico.

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    1. Tem referencias a coisas marotas, mas cenas propriamente ditas nem por isso. Eu também não o apreciei, é muito parado. Tb tenho o Nascimento de Vénus por e espero mesmo que seja melhor :)

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  2. Vou le-lo brevemente, vamos ver se vou gostar...

    Boas leituras

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    1. Maria, ultimamente temos tido opiniões muito semelhantes espero mesmo que gostes bem mais que eu :)

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  3. hmm se eu ler é só pelas referências à arte, pq sinceramente não me apela :S

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    1. Pois, eu acho que é daqueles livros que tu vais começar a ler e não vais terminar...

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